Ione Buyst
Sacramentos são liturgia, liturgia é sacramento
Sacramentos são ações simbólico-sacramentais, pelas quais o Cristo Ressuscitado, presente
Acontece que toda essa teologia que encontramos no início da constituição conciliar sobre a Sagrada Liturgia (SC 5-8) não diz respeito somente aos sacramentos, mas à liturgia como um todo. Basta olhar a seqüência dos capítulos da constituição para nos darmos conta disso. Vejam: o capítulo primeiro trata da liturgia em geral (incluindo os sacramentos); os capítulos seguintes tratam de várias celebrações litúrgicas específicas ou de alguns de seus elementos: Eucaristia, demais sacramentos e sacramentais, ofício divino, ano litúrgico, música sacra, arte sacra e sagradas alfaias.
Portanto, não somente nos gestos centrais dos sacramentos Cristo está presente e atua com seu Espírito, mas em todas as celebrações litúrgicas (ofício divino, por exemplo) e na celebração litúrgica como um todo, em todos os seus elementos (assembléia, ministérios, palavra, música, silêncio, gestos e atitudes do corpo, ano litúrgico, espaço sagrado...). Vale a pena reler o n. 7 da constituição conciliar, que fala dessas várias maneiras de Cristo estar presente na liturgia: no ministro da celebração eucarística, no pão e no vinho eucarísticos, nos sacramentos, pela sua palavra, quando a Igreja ora e salmodia:
“Para levar a efeito obra tão importante [obra da salvação], Cristo está presente
Assim, a liturgia como um todo é celebrado sacramental do mistério pascal de Jesus Cristo. A liturgia como um todo tem força simbólico-sacramental e como tal deve ser celebrada e vivida.
A cada gesto, a cada palavra, a cada olhar..., estamos trazendo presente e atuante (ou não!) o mistério e a força da páscoa de Jesus, que veio para transformar nossas vidas: entrar na igreja, andar, encontrar-se com os irmãos, fazer o sinal da cruz, abraçar-nos uns aos outros(as), beijar o altar, proclamar ou ouvir a palavra, cantar, mergulhar no silêncio, ver as flores que enfeitam o espaço de celebração... Em todos esses gestos e momentos, podemos viver (ou não!) o encontro com o Ressuscitado e, através dele, com o Pai, no Espírito Santo.
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